A compra de um automóvel novo requer que se opte por uma pintura adequada, de entre uma panóplia de cores e tons existentes no mercado. A adequabilidade da cor pode, por seu lado, depender de uma variedade de fatores, cada uma tem as suas vantagens e desvantagens.
De entre os fatores a considerar destacam-se:
- i A relevância para os preços de compra e de revenda do automóvel.
- i A relevância para a segurança de condução.
- i O gosto pessoal.
Regra geral, as pinturas neutras são as mais baratas e as que menos provocam uma diminuição do preço de revenda do automóvel. A segurança de condução, por seu lado, beneficia de cores claras, posto que estas melhoram a visibilidade do veículo. Contudo, a preferência dada às diferentes características depende, ao fim e ao cabo, do gosto do proprietário automóvel.
Função e camadas da pintura automóvel
O exterior do automóvel está recorrentemente sujeito a condições ambientais e a outros fatores deteriorantes durante a condução. Isto engloba a exposição a água, sais, ácidos, poeira, colisões com cascalho, radiação UV, variações de temperatura, etc. Proteger a carroçaria automóvel contra corrosão, radiação e danos mecânicos assume, portanto, um papel importante para assegurar a longevidade da viatura. É esta a função principal que é desempenhada pela pintura exterior do carro.
Além disso, a cor da pintura desempenha um papel para o design e a visibilidade do automóvel. Pode estar associada a modas ou a considerações de marketing por parte do fabricante, por exemplo, quando a intenção é conferir uma aparência desportiva ou elegante ao veículo.
Atualmente, existe uma variedade de tons disponíveis para a pintura da carroçaria. Na Europa, por exemplo, há no mercado mais de 100 tons de azul e cinzento para automóveis.
Regra geral, a pintura automóvel de carros modernos é composta por cinco camadas de composição distinta. As camadas são:
- i Pré-tratamento. Os componentes da carroçaria a pintar são geralmente limpos, desengordurados e posteriormente tratados com uma solução de fosfato, o que cria uma camada cristalina de boa aderência para a camada seguinte.
- i Primário anticorrosivo. A chapa fosfatada é então tratada com uma camada de primário anticorrosivo por meio de uma pintura catódica por imersão e aquecimento subsequente a alta temperatura.
- i Primário aparelho. Esta camada nivela pequenas irregularidades da superfície, confere aderência à próxima camada e protege a camada inferior de impactos.
- i Acabamento base. Esta camada confere cor à carroçaria. É aplicada por robôs, pode apresentar efeitos por meio de pigmentos, por exemplo, metálicos ou pérola.
- i Verniz de acabamento. A última camada é à base de acrílico e protege todas as outras de fatores exteriores. Confere brilho à pintura.
Qual a melhor cor de carros: aspetos a considerar
A pintura do automóvel confere proteção à carroçaria, independentemente da cor do acabamento base. Ainda assim, a cor em si pode ter influência sobre vários aspetos:
- i Preço de compra. O preço de compra de um automóvel novo pode alterar-se consoante a sua pintura. Regra geral, os fabricantes de carros oferecem uma determinada paleta de cores padrão, como, por exemplo, o preto. Optar por uma destas não acarreta custos adicionais. Além disso, há habitualmente uma paleta alargada de tons e cores, por exemplo, metalizadas. Estas são por norma mais dispendiosas e podem encarecer o preço final em mais de 2.000 €.
- i Preço de revenda. Estudos indicam que a cor do automóvel pode influenciar o preço alcançado durante a revenda. Regra geral, as pinturas de carros mais valorizadas são neutras, como o cinzento ou o preto. Estas alcançam os melhores preços de revenda. Pinturas extravagantes em lilás, cor-de-rosa ou verde fluorescente reduzem tendencialmente o preço de revenda do automóvel.
- i Segurança de condução. A cor de um automóvel tem relevância para a sua visibilidade e segurança de condução. A pintura influencia, assim, a probabilidade de ocorrência de acidente. Cores claras refletem mais luz, motivo pelo qual são comparativamente mais visíveis à noite e de dia do que as escuras. Além disso, determinadas pinturas são relativamente raras num ambiente natural, pelo que se destacam consideravelmente do seu entorno. Estudos indicam que por estes motivos carros brancos oferecem maior visibilidade e segurança do que carros escuros.
- i Visibilidade de sujidade e danos. Mais tarde ou mais cedo qualquer carroçaria automóvel acaba por sofrer um risco ou ficar suja de poeira. A pintura pode conferir maior ou menor visibilidade a danos ou a sujidade, o que pode ter influência sobre o preço de revenda e relativamente ao conforto durante a condução do veículo. Tendencialmente, o cinzento e o prateado salientam menos riscos e sujidade. Castanho, verde e azul escuro também dissimulam relativamente bem danos e sujidade. Azul claro, branco, preto e encarnado tornam eventuais riscos e sujidades mais evidentes. Além disto, o encarnado tem tendência a desbotar com o passar do tempo.
- i Aquecimento do habitáculo. Estacionar o carro ao sol leva ao aquecimento do mesmo. Quanto maior a quantidade de radiação refletida pela pintura do automóvel, menor o aquecimento do automóvel. Pinturas claras refletem mais radiação do que pinturas escuras. Por este motivo, carros de pintura branca aquecem comparativamente menos do que carros de pintura escura quando expostos ao sol. Branco, é das pinturas que mais radiação reflete.
Qual a cor de carro mais vendida?
Ao longo das décadas, as cores de automóveis preferidas pelos consumidores europeus têm vindo a mudar. Nos anos 80, o branco, o encarnado e o cinzento eram preferidos pelos europeus. Nos anos 90, as preferências mudaram para o azul, o prateado e o encarnado. Já na primeira década do século XXI o preto ganhou bastante popularidade no mercado europeu. Além do prateado, o cinzento também se tornou popular nesta altura. Na década passada, o preto era o mais popular, seguido do cinzento e do branco.
Desde o início da década, a maioria dos automóveis vendidos na Europa é branco (cerca de 30 %), seguido de cinzento, preto (cerca de 20% cada) e prateado (cerca de 10%), segundo um dos maiores produtores globais de pinturas automóveis.
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